Ao final da cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), nesta segunda (1º) em Tianjin, o líder chinês, Xi Jinping, propôs o que chamou de Iniciativa de Governança Global “a todos os países”, com o objetivo de “promover a construção de um sistema mais justo e racional”.

Segundo Xi, isso é necessário porque, 80 anos após o fim da Segunda Guerra e a fundação da ONU, “novas ameaças e desafios estão crescendo”. O mundo, na visão dele, entrou em um “novo período de turbulência e transformação, e a governança global atingiu nova encruzilhada”.
Em claro contraponto às posições dos EUA sob Donald Trump, ele propõe “igualdade soberana” entre os países, com participação de todos nas decisões globais; respeito à lei internacional, citando a Carta da ONU; e o multilateralismo, mantendo a autoridade da ONU.

Em relação à SCO, defendeu que seja “uma força de estabilização num mundo turbulento”, prosseguindo na abertura e na cooperação econômica em setores como energia e inteligência artificial.
Posteriormente, os líderes da SCO assinaram a declaração de Tianjin, ecoando em grande parte o discurso de Xi, ainda sem aprovação da nova proposta. Destacaram que o mundo passa por “mudanças profundas e históricas” nos 80 anos da “vitória na Segunda Guerra e da fundação da ONU”.

Segundo o texto, os países-membros afirmam “a importância de promover um novo tipo de relações internacionais e uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade baseado no respeito mútuo, equidade e justiça, e cooperação ganha-ganha”.

Assinaram também uma declaração específica sobre os 80 anos do fim do conflito global, em que afirmam: “Condenamos veementemente qualquer tentativa de distorcer o significado da vitória na guerra e o papel do povo dos países-membros da SCO na derrota do fascismo e do militarismo. Enfatizamos que os crimes contra a humanidade nunca serão esquecidos”.
Em discurso anterior, pela manhã, Xi havia dito que a organização asiática de segurança deve priorizar a partir de agora a integração econômica e defender a ordem multipolar “com a OMC [Organização Mundial do Comércio] em seu centro”.

O líder chinês, que esteve no comando da SCO ao longo do último ano, confirmou a criação de seu banco de desenvolvimento, visando “fornecer apoio mais sólido à cooperação econômica e de segurança entre os países-membros”. Falou em ampliar investimentos e empréstimos.

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