O empresário Marco Antonio Puerta entrou com uma ação na justiça contra a XP, alegando que o seu filho, Gabriel Puerta, que trabalhava na equipe de assessores de investimentos, foi pressionado a lhe convencer a fazer uma operação mista.
De acordo com informações do portal Metrópoles, a operação envolvia a transferência de R$ 15 milhões, através de um empréstimo feito pelo empresário, sendo direcionando de um fundo com transferência para os certificados de operações estruturadas (COEs) no período de cinco anos.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), no entanto, decidiu que o empresário continue pagando os juros do valor total feito na instituição. O montante antes estava suspenso através de pedido de liminar. Entretanto, a reviravolta aconteceu após a XP ter acusado Marco de ter “fabricado um documento para mentir descaradamente ao juízo”.
A discussão está sendo direcionada para saber se o cliente teria ou não informações sobre os riscos envolvendo operações financeiras oferecidas pela corretora.
“O autor [Marco Puerta] é um investidor experiente, detentor de um vasto patrimônio e acostumado a realizar operações arriscadas no mercado de investimentos. Por isso, sempre que é convidado a revisitar e atualizar as suas informações cadastrais junto à XP, ele se autodeclara como um investidor de perfil agressivo”, comunicou a XP.
Ainda, a corretora reiterou que o empresário era cadastrado no perfil de investidor agressivo, mas que fez alteração em outubro deste ano, quando o processo já estava em curso, fazendo com que a XP, que já tinha passado essa informação para a Justiça, ficasse em contradição. No entanto, foi feito em seguida o anexo de que ele seria um cliente mais conservador.
A defesa do empresário informou que o pai foi pressionado pelo filho, que corria risco de perder o emprego. “Diante da perspectiva da riqueza de seu pai, Gabriel passou a ser objeto de constrangimento contínuo por parte da XP Investimento (inclusive com ameaças de demissão)”, conforme comunicado.
O desembargador Eduardo Gesse, da 28ª Câmara de Direito Privado, do TJSP, informou que, à princípio, “pareceu que os fatos apresentados” pelo empresário eram “realmente plausíveis e indicariam, em tese, a prática de prováveis atos abusivos por parte da XP”, mas que “essa situação se alterou”. Ainda, afirmou que devido ao perfil do investidor, ele “dificilmente deixaria se enganar quando da realização de tais negócios”.