O presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizou uma coletiva de imprensa neste final de ano, que durou mais de 4 horas, na qual respondeu a 67 perguntas de jornalistas e da população comentando diversos temas, entre eles alguns polêmicos como a questão da Síria e a guerra contra a Ucrânia, sobre a qual Putin afirmou que “faria tudo de novo”, mas que “teria começado antes”.
Putin afirmou que o país não estava devidamente preparado quando começou a guerra, mas que ele não podia esperar a situação “piorar ainda mais”, sem dar detalhes do que esta “piora” seria.
O presidente disse que a Rússia tem ganhado terreno diariamente e está próxima de atingir os principais objetivos da guerra, que já dura quase 3 anos. Ele exaltou ainda o novo míssil hipersônico Orenshik, que afirma não poder ser abatido por qualquer bateria antiaérea tradicional.
Com o anúncio, convidou o Ocidente para um duelo: “Escolham um alvo em Kiev, concentrem todas as suas forças de defesa aérea e nós atacaremos com o Orenshik para ver o que acontece. Nós estamos prontos. Será que o outro lado está?”.
Putin ainda afirmou que está pronto para negociar a paz na região, até mesmo com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Sobre um possível cessar-fogo, Putin afirmou que não o faria com Volodymyr Zelensky, pois não o considera um interlocutor legítimo, já que o seu mandato já venceu.
SÍRIA E ECONOMIA
Sobre a queda de Bashar al-Assad, aliado de Putin no Oriente Médio e, atualmente, refugiado no país, o presidente afirmou que ainda não se encontrou com o ex-ditador desde que ele chegou à Rússia, mas minimizou a gravidade da situação: “As pessoas tentam apresentar o que aconteceu na Síria como uma derrota para nós, mas não foi o caso”.
Quanto a economia, Putin afirmou que ela está estável, que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer até 4%, mas o que lhe preocupa é a inflação de quase dois dígitos. Ele não comentou sobre as taxas de juros de 24% ou acerca dos efeitos das sanções do Ocidente devido à invasão à Ucrânia.