Esses são os sentimentos que uma grande parcela da população de Jequié demonstrou na manhã deste domingo

Foto: Redes Sociais

Perplexidade e frustração, esses são os sentimentos que uma grande parcela da população de Jequié demonstrou na manhã deste domingo (16), ao tomar conhecimento através das redes sociais da demolição da “Casa de Lomanto”, imóvel de propriedade privada, localizada na Rua Dois de julho, esquina com a Avenida Rio Branco, uma das áreas de maior valor comercial de Jequié. Por muitos anos residência Oficial do ex-Prefeito (3 vezes), Governador, Deputado, Senador Antônio Lomanto Junior. Não resistiu e foi ao chão, derrubada pela ganancia e especulação imobiliária que mais uma vez vence essa luta travada entre a História X Lucro.

No local, ainda em vida, Lomanto Jr. revelava o desejo de que seus herdeiros pudessem adequar e transformar o imóvel em um espaço   dedicado à preservação de sua memória e longa trajetória política, iniciada como vereador, deputado estadual, governador da Bahia, deputado federal, senador, além de prefeito de Jequié por três mandatos. Ledo engano, o vil metal triunfou sobre a historia e a memoria do ilustre cidadão jequieensse , a  importância do memorial só foi defendida por pessoas ligadas a cultura e a história.

Como de comum os segmentos do setor artístico, cultural e mesmo pessoas comuns lamentam a perda que dentro de pouco tempo cairá no esquecimento e desconhecimento das futuras gerações.

NOTA PÚBLICA DO COMITÊ DE EX-GESTORES MUNICIPAIS DE CULTURA E TURISMO DE JEQUIÉ SOBRE A DEMOLIÇÃO DO CASARÃO DE LOMANTO JÚNIOR

Lomanto Júnior é uma personalidade de expressão nacional. Ingressou na política como vereador (1947 a 1950), tendo ocupado os cargos de prefeito de Jequié (1951 a 1955 / 1959 a 1963 / e 1993 a 1996), deputado estadual (1955 a 1959), governador da Bahia (1963–1967), deputado federal (1971 a 1975 e 1975 a 1978) e senador da República (1979 a 1987)

Lamentamos a demolição de mais um patrimônio histórico e arquitetônico em Jequié, em pleno fim de semana, precisamente neste sábado (15/02). Referimo-nos ao Casarão de Antônio Lomanto Júnior, de propriedade privada, constituindo-se como um dos mais importantes bens culturais do tipo material, situado no coração da cidade de Jequié, na Rua 2 de Julho, esquina com a Avenida Rio Branco. 

Neste dia tão triste para a memória local, as estruturas do prédio foram ao chão bem diante dos olhos das autoridades às quais compete atuar para evitar a destruição do patrimônio histórico, nos termos da Lei Municipal nº 2.024/2017 e do Decreto-Lei federal nº 25/1937, culminando, portanto, no desaparecimento do casarão.

Lomanto Júnior é uma personalidade de expressão nacional. Ingressou na política como vereador em Jequié (1947 a 1950), tendo ocupado os cargos de prefeito de Jequié (1951 a 1955 / 1959 a 1963 / e 1993 a 1996), deputado estadual (1955 a 1959), governador da Bahia (1963–1967), deputado federal (1971 a 1975 e 1975 a 1978) e senador da República (1979 a 1987).

Em 2019, o ex-gestor da Secretaria de Cultura e Turismo de Jequié, Alysson Andrade (2017-2020), com esteio na lei local de tombamento do patrimônio histórico (de autoria do Poder Executivo), encaminhou o Ofício nº 365/2019 a um dos netos de Lomanto Júnior, ocasião em que foi proposta a patrimonialização do casarão visando a sua salvaguarda, assim como a criação do Instituto Memorial Casa de Antônio Lomanto Júnior, tendo em vista colaborar para a mais adequada organização e difusão do acervo histórico de um dos maiores municipalistas do Brasil.

De fato, para aqueles que têm a sensibilidade de enxergar a inestimável representatividade do imóvel e do político em questão, à repentina destruição do casarão situado no centro comercial de Jequié gera profunda indignação. Já, para os que consideram somente a face capitalista, resta a visão míope de um trator capaz de desaparecer rapidamente com a memória e com as identidades dos jequieenses.

Por último, frisa-se que, ao ter tomado conhecimento prévio sobre a demolição, o Município de Jequié, no exercício do Poder de Polícia, deveria ter evitado a destruição do casarão, notificando o proprietário sobre o tombamento do bem cultural, ainda que compulsoriamente, de acordo com a lei. 

Jequié, 16 de fevereiro de 2025.

Comitê de ex-gestores de Cultura e Turismo de Jequié:

Sergio Brito Mehlem

Benedito Freire Sena

Alysson Andrade de Oliveira

Wenceslau Brás Silveira Nogueira Júnior

By Brito

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