Durante o inverno, ondas de frio tendem a atingir diversas regiões do Brasil. E, segundo especialistas, períodos de temperaturas mais baixas podem estar relacionados com o aumento do aparecimento de ocorrências cardiovasculares, especialmente para pacientes com alguma predisposição.

O cardiologista César Jardim, do HCor (Hospital do Coração), explica que os atendimentos por fatores cardiovasculares podem crescer em até 30%, de acordo com algumas pesquisas, em épocas mais frias. As principais complicações incluem infarto, angina —quadro de dor no peito que costuma anteceder o ataque cardíaco— e até AVC (acidente vascular cerebral).
“Em temperaturas extremas as artérias dilatam e contraem, o que provoca vasoconstrição, reduzindo o calibre dos vasos e comprometendo a irrigação sanguínea em certas áreas”, detalha o médico.

Além disso, segundo Jardim, hábitos comportamentais também podem impactar a saúde cardiovascular nesses períodos. “As pessoas tendem a se hidratar e se exercitar menos e, somado a pratos diferentes dessa época, é comum também o aumento do consumo alimentar”, complementa.
Ele ressalta, porém, que nem todos desenvolverão problemas cardíacos devido ao frio. Os mais vulneráveis são pacientes com predisposição ou fatores de risco, como diabetes, tabagismo, hipertensão e colesterol elevado.

Recentemente, a Sociedade Europeia de Cardiologia incluiu a vacinação contra Covid-19, gripe e pneumococo como um dos pilares preventivos de doenças cardiovasculares. Para o especialista do Hcor, essa medida é uma forma indireta de conter esse aumento, já que o processo inflamatório causado por infecções típicas colaboram para o aumento de condições cardíacas.

“Por isso, a vacinação nessa época é essencial para reduzir o impacto dessas viroses”, afirma Jardim.
Médica assistente do Incor (Instituto do Coração) e diretora científica da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), Fabiana Hanna Rached destaca que a imunização está associada à diminuição de eventos cardiovasculares principalmente em grupos de risco, como idosos, diabéticos, hipertensos e portadores de cardiopatias.

“As vacinas também reduzem as formas graves das infecções, evitando hipóxia [insuficiência de oxigênio] e inflamação pulmonar, que sobrecarregam o coração”, explica Rached.
Além do infarto do miocárdio, há evidências de que as vacinas ainda ajudam a reduzir exacerbações de insuficiência cardíaca e eventos tromboembólicos (como AVCs e arritmias desencadeadas por infecções) o que reduz a mortalidade por problemas cardiovasculares, de acordo com a médica.

Como recomendação, Jardim sugere evitar exposição ao frio e mudanças bruscas de temperatura para prevenir complicações. “Também é crucial monitorar a pressão arterial e ajustá-la quando necessário”, completa.

Entre os principais sinais de alerta para doenças cardiovasculares estão: dor no peito em forma de aperto, que pode se estender para as costas, braço esquerdo e pescoço, acompanhada de náuseas e suor frio. Nessas situações, buscar ajuda médica imediata é fundamental.

By Laiana

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