A quantidade desenfreada de queimadas e incêndios ocorridos em florestas brasileiras é um tema que tem deixado o país em sinal de alerta nos últimos dias.

Recentemente, o coordenador-geral do projeto MapBiomas – rede formada por ONG’S, universidades e laboratórios, Tasso Azevedo expôs um dado chocante. Segundo ele, em 39 anos, desde 1985 a 2023, o Brasil perdeu 110 milhões de hectares de vegetação nativa devido as queimadas. Uma área que corresponde ao estado do Pará, a medida de comparação.
Com isso, muito se discute sobre o que esperar da sustentabilidade brasileira daqui pra frente, uma vez que o ecossistema tem sido constantemente degradado, primordialmente por ações humanas, intencionais ou não.
Diretor do Instituto de Biologia da Unifersidade Federal da Bahia (UFBA), explicou sobre como as plantas tem um impacto direto no clima. Sendo assim, ele também ressaltou a gravidade dos desmatamentos desenfreados na alteração climática, que contribui para essas queimadas.

“Cerca de 70% da água das chuvas é retida nos solos, parte é absorvida pelas plantas e parte evapora. A soma da evaporação com a transpiração é conhecida como evapotranspiração. Quanto mais plantas, maior a taxa de evapotranspiração. Esse processo é importante para manter o balanço hídrico dos ambientes. A evapotranspiração interfere no rendimento de bacias hidrográficas, na umidade atmosférica, nos reservatórios de água e no regime de chuvas. Quando ocorre o desmatamento, o número de plantas diminui e a taxa de evapotranspiração também diminui. Com isso, tanto a ocorrência quanto a intensidade das chuvas diminuem, tornando o ambiente mais seco, facilitando a proliferação do fogo”, explicou Kelmo.
“O fogo é um destruidor potente, dependendo da intensidade, ele pode causar um pequeno distúrbio, destruindo uma pequena parte da vegetação, mas deixando o suficiente para que os animais e novas plantas possam se restabelecer. Em intensidade média, pode destruir grandes porções de vegetação, provocando a morte dos animais e fragmentando o habitat, ou seja, isolando as populações, que podem ou não se recuperar. E como consequência mais grave podem destruir todo o ambiente, causando mortalidade em massa dos animais a ponto de não haver recuperação”, emendou.

Com a grande taxa de queimadas que assolam todo o país, Francisco Kelmo também se mostrou muito preocupado com algumas sequelas que esse fenômeno pode deixar no equilíbrio ecológico e na sustenbilidade a médio e longo prazo. Ao BNews ele listou algumas problemáticas que podem surgir com essa situação.
Diminuição do número de plantas;
Diminuição da produção de todos os derivados das plantas;
Redução de comida pros animais que se alimentam de plantas.
“Esses animais, desnutridos, não crescem, não se reproduzem… resultado, os animais que se alimentam desses animais também começam a comer menos, crescer menos, reproduzir menos (ou de jeito nenhum)”, explicou.
Kelmo também listou algumas medidas importantes a serem tomadas, visando ainda uma recuperação e prevenção de problemas futuros, uma vez pensando que os incêndios, em sua maioria, são causados por ações humanas.
Resolver o problema do desmatamento desordenado e criminoso;
Políticas ambientais eficientes;
Punir severamente os incendiários;
Desenvolver projetos de conscientização ambiental em todos os níveis – educar a população.
Em paralelo a essas alterações climáticas que essas queimadas, aliadas ao desmatamento desenfreado podem gerar, Cláudia Valéria, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
“Impactam diretamente na própria quantidade de poluentes que são emitidos na atmosfera. A gente obseva que fica uma poluição atmosférica muito grande devido a essa poluição e, logicamente, todas essas áreas queimadas, como florestais, vão estar contribuindo para um aumento dos gases que desencadeiam o efeito estufa. Então essas questões todas acabam favorecendo o aquecimento global”, explicou Valéria.

By Laiana

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