A Bahia ocupou a 4º posição na lista de estados com mais pessoas que esperam por um transplante de órgão no Brasil. Até setembro deste ano, 2.625 pacientes aguardavam para passar pelo procedimento no estado. Os dados foram disponibilizados pelo Ministério da Saúde, no painel “Lista de espera e Transplantes realizados no Brasil no ano recorrente”.

No ranking, o estado ficou atrás de São Paulo (22.613), de Minas Gerais (4.264) e do Paraná (2.707). No Nordeste, a Bahia lidera a pesquisa e supera estados, a exemplo de Pernambuco (2.198), Ceará (1.917) e outras unidades federativas da região.
De acordo com o estudo, o transplante de rim é o que possui o maior número de pessoas em espera, com 2.511, seguido por fígado (106) e coração (8). Pâncreas, rim, pulmão, pâncreas e multivisceral não registraram fila de pacientes. No percentual, cerca de 60% são homens e 40% mulheres.

Desses números, 1.583 pessoas que estão na lista são homens e 1.042 mulheres. A faixa etária masculina com mais pessoas aguardando por um órgão é:
50 a 64 anos – 588 homens
35 a 49 – 588 homens
18 a 34 – 227 homens
65 e idades superiores – 170 homens
11 a 17 – 8
06 a 10 – 2

Já no público feminino, as idades com mais demandas e que mais necessitam de um transplante foram:

35 a 49 – 431
50 a 64 – 307
18 a 34 – 200
65 e outras idades – 307
11 a 17 – 8
06 a 10 – 2
É importante ressaltar que os números levantados e apresentados pelo ministério divergiam dos levantados pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que registrou 2.156 pacientes (rim), fígado – 63 pacientes, Córneas – 1.638 pacientes, Coração – 1 e Pulmão – 0. Os dados da Sesab levaram em consideração ainda outros órgãos, enquanto que do Ministério da Saúde foram exclusivos aos citados anteriormente. Entre os fatores que influenciam as diferenças estão o recorte de tempo e divergências nos bancos, conforme a secretaria.

ESTÍMULO DE DOAÇÃO
Em entrevista ao Bahia Notícias, a médica nefrologista Manuela Lordelo comentou a respeito da importância de maiores ações e campanhas que incentivam a doação de órgãos.
“O estímulo de políticas públicas é fundamental para o esclarecimento das dúvidas dos familiares e possível redução da negativa familiar para doação. […] Ao meu ver, na Nefrologia o transplante na Bahia vem numa curva crescente. Temos vários centros transplantadores no Estado empenhados na inscrição desses pacientes na fila e na realização de transplantes. A orientação da população quanto às dúvidas sobre doação é fundamental para alavancar esse crescimento”, contou.

De acordo com a especialista, o estado obteve um crescimento na quantidade de transplantes realizados. No entanto, ainda é preocupante os dados obtidos na quantidade de órgãos transplantados.

“No que tange ao transplante renal, os números vêm numa crescente. Até agosto/25, por exemplo, o Hospital Ana Nery realizou 155 transplantes renais adultos e 7 pediátricos. […] É preocupante no sentido de que temos cerca de 1000 pessoas internadas em condições de alta aguardando vaga em clínica satélite para realização de hemodiálise, tornando isso um problema de saúde de pública”, explicou.

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