Em entrevista à GloboNews, na tarde desta terça-feira (25), a brasileira Ronara Kely Rodrigues relatou os momentos de terror que tem vivido nos últimos dias em meio aos bombardeios no Líbano. A cabeleireira tem quatro filhos e precisou fugir da comunidade onde mora no sul do país em direção à capital Beirute.
Bombardeios israelenses no Líbano se intensificaram nos últimos dias e, na segunda-feira (22), mais de 560 morreram nos ataques direcionados ao grupo extremista libanês Hezbollah. Esse foi o dia mais sangrento desde a guerra do Líbano, em 2006.
Ronara está abrigada em uma escola e, emocionada, contou que tudo que construiu nos 15 anos em que vive no país foi destruído nos ataques. “E muito difícil, muito difícil mesmo… A minha casa foi bombardeada pelos ataques aéreos e eu saí mesmo debaixo das bombas, foi muito difícil mesmo, bomba de um lado, bomba de outro, quando eu saí de casa o trânsito também estava tudo fechado e as bombas caíam de um lugar para o outro, já jogava nos carros aonde as pessoas já começavam a gritar, uma gritaria, e você não sabia se você morreria ali. […] E foi uma fuga, realmente só por Deus, eu saí da morte, é horrível. A minha casa, o meu salão, os meus sonhos, tudo… A gente trabalhou tantos anos para conquistar, e tudo acabou por uma bomba somente”, disse ela.
Ronara é de Campo Mourão, no centro oeste do Paraná, e a família dela mora em Foz do Iguaçu, no oeste paranaense. Segundo informações do portal g1, a paranaense relata que precisou deixar a casa para trás em meio aos bombardeios e se deparou com o trânsito parado. Quando chegou a Beirute, precisou dormir na rua até conseguir abrigo na escola.
A brasileira conta que a situação vem piorando no país há cerca de duas semanas. De acordo com ela, antes eram apenas ameaças de bombardeios e as pessoas ainda estavam conseguindo ir trabalhar. Agora, relata Ronara, os ataques acontecem no meio das ruas, destruindo tudo.
Sem dormir há três dias, a cabelereira disse que ainda há muitos brasileiros no sul do Líbano à espera de ajuda, inclusive do Brasil. De acordo com a paranaense, eles não estão conseguindo sair de casa e têm medo de sair e acabar morrendo na rua.