Devido aos novos aumentos de preços na energia elétrica residencial, principalmente em São Paulo, Porto Alegre e Curitiba, a inflação oficial não desacelerou como previsto, e fechou o mês de julho em 026%. O resultado ficou 0,02% acima da inflação de junho (0,24%), e igualou o percentual verificado em maio.
Com o resultado de julho, a inflação acumulada neste ano é de 3,26% e, nos últimos 12 meses, de 5,23%. Esses e outros dados foram divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE, com a apresentação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo o IBGE, o resultado de julho recebeu como maior impacto o aumento na energia elétrica residencial, que influenciou em 0,12% no índice final, assim como havia acontecido nos meses de maio (0,14%) e junho (0,12%). Se não fosse esse aumento na energia elétrica, o resultado do IPCA de julho ficaria em 0,15%, conforme informou o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves.
O especialista explicou que de janeiro a julho, a energia elétrica residencial acumulou uma alta de 10,18%, destacando-se como o principal impacto individual (0,39%) no resultado total do IPCA em 2025 (3,26%). “Esta variação (10,18%) é a maior para o período janeiro a julho desde 2018 quando o acumulado foi de 13,78%”, concluiu Gonçalves.
Ainda no grupo Habitação (0.91%), houve reajustes na taxa de água e esgoto (0,13%) em algumas áreas, como os 4,97% em Salvador (2,16%) a partir de 18 de julho. Ainda pelo lado das altas, o grupo Despesas pessoais (0,76%) teve a segunda maior variação e impacto no mês de julho. A alta foi impulsionada pelo reajuste, a partir de 9 de julho, nos jogos de azar (11,17%).
Pelo lado das quedas, destacam-se os grupos Alimentação e bebidas (-0,27%) e Vestuário (-0,54%). O grupo Alimentação e bebidas ficou negativo pelo segundo mês consecutivo (em junho, a variação foi de -0,18%).
O IBGE avaliou que a queda agora em julho foi puxada pela alimentação no domicílio (-0,69%), com destaque para batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). Já a alimentação fora do domicílio acelerou de 0,46% em junho para 0,87% em julho, com destaque para o subitem lanche, que subiu de 0,58% em junho para 1,90% em julho.
Quanto aos índices regionais, São Paulo apresentou a maior variação (0,46%) por conta da passagem aérea (13,56%) e da energia elétrica residencial (10,56%). A menor variação ocorreu em Campo Grande (-0,19%) em razão da queda na batata-inglesa (-33,84%) e na energia elétrica residencial (-1,39%).
A cidade de Salvador teve o sexto melhor resultado entre todas as capitais pesquisas pelo IBGE, com IPCA de 0,02% em julho. O índice de julho ficou bem abaixo do que havia sido verificado em junho, quando a inflação foi de 0,29% na capital baiana.
No ano, Salvador registrou uma inflação total de 3,02%, abaixo da média nacional de 3,26%. E o resultado dos últimos 12 meses também coloca a capital da Bahia abaixo do que foi verificado em todo o país: 5,06% em Salvador contra 5,23% da média nacional.